Você já imaginou passear pelas ruas de Gramado no Natal, curtir o Réveillon em Copacabana ou explorar as praias de Fernando de Noronha no Carnaval — sem precisar vender um rim para pagar a viagem? Muitas pessoas adiam ou até desistem de viajar na alta temporada por acreditarem que os preços altos são inegociáveis. Afinal, quem nunca viu aquele orçamento de passagem aérea ou hospedagem e pensou: “Isso aqui é brincadeira?”.
Mas calma: viajar na alta temporada não precisa ser sinônimo de dívida ou estresse financeiro. Com planejamento inteligente, estratégias criativas e algumas escolhas conscientes, é totalmente possível aproveitar os destinos mais concorridos nos momentos mais mágicos do ano — e ainda economizar. Este artigo vai te mostrar como fazer isso na prática, sem abrir mão da experiência nem do conforto.
Ao longo dos próximos tópicos, vamos explorar desde o planejamento antecipado até dicas de como encontrar promoções escondidas, escolher destinos alternativos, negociar com fornecedores e até usar milhas e benefícios a seu favor. Você vai descobrir que, muitas vezes, o maior segredo não é gastar menos, mas sim gastar melhor.
Seja você um viajante de carteirinha ou alguém que está planejando sua primeira viagem em família, este guia foi feito para quem quer viver momentos inesquecíveis sem se endividar. Vamos embarcar nessa jornada juntos?
Planeje com Antecedência: O Primeiro Passo para Economizar

A alta temporada é marcada por preços inflacionados, especialmente em passagens aéreas, hospedagens e passeios. Mas aqui vai uma verdade que muitos ignoram: quem planeja com antecedência tem muito mais poder de negociação.
Imagine que você decidiu, em dezembro, viajar para o Nordeste em fevereiro. O problema? Todo mundo teve a mesma ideia. As passagens já estão com preços inflados, os hotéis lotados e as promoções esgotadas. Agora, imagine se você tivesse começado a planejar em outubro. Nesse caso, teria acesso a tarifas promocionais, opções de pagamento parcelado e até pacotes exclusivos.
Planejar com 3 a 6 meses de antecedência é uma das formas mais eficazes de controlar os custos. Isso porque companhias aéreas e agências de turismo costumam lançar promoções com bastante antecedência, especialmente para datas comemorativas. Além disso, quanto mais cedo você reservar, maiores as chances de escolher opções mais baratas e com melhor localização.
Uma dica prática: crie uma planilha simples com os destinos desejados, orçamentos estimados e prazos de reserva. Assim, você pode comparar preços ao longo do tempo e agir no momento certo. Ferramentas como Google Alerts, apps de monitoramento de voos (como o Skyscanner ou o Google Voos) e newsletters de agências confiáveis ajudam a acompanhar as mudanças de preço em tempo real.
Além disso, planejar com antecedência permite que você comece a poupar de forma estratégica. Em vez de gastar tudo de uma vez, você pode dividir o valor total da viagem em parcelas mensais, tornando o sonho mais acessível. E acredite: economizar R$ 200 por mês por seis meses é muito mais fácil do que desembolsar R$ 1.200 de uma vez.
Escolha Destinos Alternativos: Menos Fila, Mais Experiência
Todo mundo quer ir para os pontos turísticos famosos — e isso é exatamente o que torna os preços tão altos. Destinos como Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu ou Bonito ficam lotados em feriados e festas, o que aumenta a demanda (e, consequentemente, os preços). Mas e se, em vez de seguir a multidão, você escolhesse um caminho diferente?
Destinos alternativos são aqueles que oferecem experiências similares às dos grandes polos turísticos, mas com menos concorrência e custos muito mais acessíveis. Por exemplo: em vez de ir para Búzios no Réveillon, que tal conhecer Paraty? Ambos têm praias lindas, gastronomia de qualidade e clima tropical — mas Paraty costuma ter tarifas 30% a 50% menores na alta temporada.
Outro exemplo: se o seu sonho é um destino de montanha no inverno, em vez de Gramado, considere Canela ou São Francisco de Paula. A experiência é quase igual, com menos aglomeração e hospedagens mais em conta.
Além disso, destinos menos conhecidos costumam oferecer experiências mais autênticas. Você pode se conectar melhor com a cultura local, provar comidas típicas em pequenos restaurantes familiares e até fazer amigos entre os moradores. Isso transforma a viagem de um passeio turístico em uma verdadeira imersão.
Para encontrar esses lugares, use plataformas como o Airbnb, TripAdvisor ou até grupos no Facebook de viajantes brasileiros. Leia avaliações, veja fotos reais de visitantes e compare os custos médios de hospedagem, alimentação e transporte. Às vezes, uma pequena mudança no destino pode gerar uma grande economia — sem sacrificar a qualidade da experiência.
Portanto, antes de fechar sua viagem nos destinos tradicionais, pesquise alternativas. Você pode se surpreender com o que o Brasil tem a oferecer fora do roteiro batido.
Use Milhas, Pontos e Benefícios: Seu Dinheiro Invisível
Você sabia que, enquanto faz compras do dia a dia, pode estar acumulando dinheiro para a próxima viagem — sem gastar um centavo a mais? É isso mesmo: milhas aéreas, programas de fidelidade e cartões de crédito com benefícios são ferramentas poderosas para quem quer viajar na alta temporada com menos custo.
Muitos brasileiros usam cartões de crédito apenas para parcelar compras, mas não aproveitam os programas de recompensas. Com um pouco de estratégia, é possível acumular milhas suficientes para trocar por passagens aéreas, upgrades ou até diárias de hotel.
Por exemplo: se você faz compras regulares no supermercado, combustível, streaming ou delivery, pode usar um cartão que devolva pontos ou milhas. Alguns programas oferecem bônus de boas-vindas, como 20 mil milhas ao se cadastrar. Com 30 mil milhas, por exemplo, você já pode trocar por uma passagem nacional em baixa temporada — ou usar como parte do pagamento em alta temporada.
Dica prática: prefira cartões com anuidade grátis ou que ofereçam benefícios que compensam o custo (como acesso a salas VIP, descontos em hotéis ou isenção de IOF em compras internacionais). E atenção: nunca compre para acumular pontos. O ideal é usar o cartão como forma de pagamento do que você já iria gastar.
Além disso, existem programas como o Smiles, TudoAzul, LATAM Pass e o programa do Banco do Brasil que permitem transferir pontos de programas de fidelidade (como programas de supermercado ou postos) para milhas aéreas.
Como resultado, mesmo quem tem um orçamento modesto pode acumular pontos ao longo do ano e usá-los para reduzir drasticamente o custo da viagem na alta temporada. É como se você tivesse uma “poupança de viagem” invisível, trabalhando por você todos os meses.
Viaje em Grupos ou Compartilhe Hospedagem: Dividir é Economizar

Uma das maiores despesas em qualquer viagem é a hospedagem. Em alta temporada, um quarto de hotel em um destino badalado pode custar o dobro — ou até o triplo — do valor normal. Mas há uma solução simples e eficaz: dividir os custos com outras pessoas.
Viajar em grupo — seja com amigos, família ou casais — pode reduzir significativamente os gastos. Alugar uma casa por temporada no Airbnb, por exemplo, costuma sair mais barato por pessoa do que quartos individuais em hotéis. Além disso, você tem mais espaço, cozinha para preparar refeições e uma experiência mais acolhedora.
Imagine: uma casa para 6 pessoas em Pipa pode custar R$ 3.000 a semana na alta temporada. Dividido por 6, cada um paga R$ 500 — muito menos do que gastaria em um hotel 4 estrelas. E ainda sobra dinheiro para jantares, passeios e compras.
Além disso, dividir a viagem com outras pessoas traz benefícios emocionais. Viagens em grupo costumam ser mais divertidas, com mais momentos de conexão e lembranças compartilhadas. Claro, é importante combinar regras e expectativas antes de fechar o grupo — como orçamento, horários e atividades — para evitar atritos.
Outra opção é o home exchange (troca de casas), onde famílias trocam suas residências com outros viajantes. Isso elimina o custo de hospedagem e permite uma vivência mais local. Existem plataformas como o HomeExchange que facilitam esse tipo de intercâmbio.
Portanto, se você tem amigos ou familiares com interesses semelhantes, vale a pena planejar uma viagem em grupo. Economia, conforto e diversão podem andar juntos — e ainda fortalecer os laços afetivos.
Flexibilidade de Datas: Pequenas Mudanças, Grandes Economias
Você realmente precisa viajar exatamente no dia 24 de dezembro ou no primeiro dia do Carnaval? Muitas pessoas prendem-se a datas simbólicas, mas não percebem que mudar o embarque em apenas um ou dois dias pode representar uma economia de até 40%.
Companhias aéreas e hotéis ajustam seus preços com base na demanda. Os dias exatos dos feriados e eventos são os mais caros. Por exemplo: um voo de São Paulo para Salvador no dia 19 de fevereiro pode custar R$ 800. Já o mesmo voo no dia 17 pode custar R$ 500. Uma diferença de R$ 300 por pessoa — só por antecipar a viagem em dois dias.
O mesmo vale para o retorno. Voltar no domingo à noite, após o Carnaval, é muito mais caro do que voltar na sexta-feira. Ainda que você perca um dia de festa, pode ganhar um valor significativo no orçamento — que pode ser usado para uma experiência inesquecível no destino.
Ferramentas como o Google Voos têm um recurso chamado “flexibilidade de datas”, que mostra os dias mais baratos para viajar dentro de um período. Use isso a seu favor. Às vezes, sair na quinta-feira em vez da sexta pode significar uma passagem 30% mais barata.
Além disso, considere viajar no começo ou no fim da alta temporada. Por exemplo: em vez de ir para as praias do Nordeste em janeiro, vá em dezembro ou fevereiro. O clima ainda está bom, o mar está lindo, mas os preços estão mais baixos e os locais, menos lotados.
Como resultado, um pouco de flexibilidade pode transformar completamente o custo da sua viagem. E, convenhamos, o que importa mesmo é aproveitar — não necessariamente estar no lugar exato na data exata.
Alimentação e Passeios: Economize sem Perder o Sabor
Muitos viajantes focam apenas em passagem e hospedagem, mas esquecem que alimentação e passeios podem consumir até 40% do orçamento. Na alta temporada, um jantar em um restaurante badalado pode custar o dobro. E os passeios turísticos? Muitas vezes são vendidos em pacotes caros, com pouca negociação.
A boa notícia é que dá para se alimentar bem e fazer atividades incríveis sem gastar uma fortuna. A chave? Planejamento e escolhas inteligentes.
Comece pela alimentação: prefira mercados locais, feiras livres e lanchonetes de bairro. Em vez de jantar em restaurantes turísticos todos os dias, prepare algumas refeições na própria hospedagem (se tiver cozinha). Compre frutas, frios, pães e água — e monte seus próprios lanches. Isso pode reduzir o custo com comida em até 60%.
Para os passeios, pesquise opções gratuitas ou com entrada simbólica. Muitas cidades oferecem trilhas, praias desertas, museus com entrada gratuita em certos dias e eventos culturais abertos ao público. Além disso, compre ingressos com antecedência pela internet — muitas vezes com desconto.
Outra dica: contrate guias locais independentes em vez de agências turísticas. Eles costumam cobrar menos, oferecem experiências mais personalizadas e reinvestem diretamente na comunidade.
Por exemplo: em Bonito, um passeio completo com agência pode custar R$ 400. Já contratar um guia local para um roteiro personalizado pode sair por R$ 250 — com a mesma qualidade, ou até melhor.
Portanto, não deixe que os gastos com alimentação e lazer esvaziem sua conta. Com um pouco de pesquisa e criatividade, você come bem, se diverte muito e ainda sobra dinheiro para lembranças.
Negocie e Compare: Não Aceite o Primeiro Preço
Você sabia que muitos preços na alta temporada não são fixos? Apesar do que muitos pensam, ainda é possível negociar — especialmente em hospedagens, passeios e até passagens em certos casos.
Comece comparando preços em diferentes plataformas: Booking, Expedia, Airbnb, site oficial do hotel, etc. Às vezes, o mesmo quarto tem valores diferentes em cada lugar. E não se esqueça de verificar se o valor inclui taxas, café da manhã e estacionamento.
Com os valores em mãos, entre em contato diretamente com o estabelecimento. Mande uma mensagem educada:
“Olá, vi que vocês têm disponibilidade para as datas X e Y. Encontrei o valor de R$ Z no site, mas gostaria de saber se há possibilidade de um desconto por pagamento à vista ou por pacote com mais diárias.”
Muitos hotéis e pousadas têm margem para negociar, principalmente se a ocupação não estiver 100%. Em alguns casos, conseguem oferecer descontos de 10% a 20% — ou incluso um upgrade de cortesia.
Além disso, para passeios e transfers, evite fechar no primeiro orçamento. Peça cotações para pelo menos três prestadores de serviço. Explique que está comparando e que valoriza bom atendimento e preço justo. Muitas vezes, isso motiva o fornecedor a fazer uma oferta melhor.
Como resultado, essa atitude de não aceitar o primeiro preço pode gerar economias significativas. E o melhor: você desenvolve uma postura mais consciente e empoderada como consumidor.
Invista em Experiências, Não em Luxos
No fim das contas, o que realmente importa em uma viagem? O quarto de hotel com vista para o mar? O jantar em um restaurante cinco estrelas? Ou as lembranças, as risadas, os momentos de descoberta?
A verdade é que experiências duram mais do que confortos temporários. Um pôr do sol na praia com amigos, uma caminhada em uma trilha escondida, uma conversa com um morador local — esses são os momentos que ficam na memória.
Por isso, vale repensar suas prioridades. Em vez de gastar R$ 1.000 em um hotel luxuoso por três noites, que tal gastar R$ 500 em um lugar simples, mas investir os R$ 500 restantes em passeios, degustações ou uma experiência única (como um passeio de balão, mergulho ou aula de culinária)?
Isso não significa abrir mão do conforto, mas sim redefinir o que é essencial. Um bom colchão e um banho quente já resolvem grande parte das necessidades. O resto é luxo — e luxo tem seu preço.
Além disso, experiências tendem a trazer mais satisfação do que bens materiais. Estudos da psicologia do consumo mostram que as pessoas se lembram mais de momentos do que de objetos. E, no final da viagem, é isso que conta.
Portanto, foque em criar memórias, não em acumular confortos. Viaje com leveza, curta o essencial e deixe o resto de lado. Sua carteira — e seu coração — agradecem.
Conclusão: Viajar é Possível — Basta Planejar com Sabedoria
Viajar na alta temporada sem estourar o orçamento não é um sonho impossível. É uma questão de planejamento, escolhas inteligentes e atitude. Como vimos ao longo deste artigo, pequenas decisões — como reservar com antecedência, escolher destinos alternativos, usar milhas, dividir custos ou negociar preços — podem gerar grandes economias.
O segredo não está em cortar tudo, mas em gastar com consciência. Viajar é um investimento em bem-estar, conexão e crescimento pessoal. E, com as estratégias certas, esse investimento pode ser feito sem comprometer suas finanças.
Mais do que economizar, o importante é viver com intensidade. Afinal, o valor de uma viagem não está no quanto você gastou, mas no quanto você viveu.
Agora é a sua vez: qual será a sua próxima viagem? Já pensou em aplicar alguma dessas dicas? Conte nos comentários qual é o seu destino dos sonhos e como pretende planejá-lo sem gastar demais. E se este artigo te ajudou, compartilhe com alguém que também quer viajar mais — e gastar menos.
Porque viajar não é privilégio de poucos. É direito de quem sonha — e planeja com sabedoria. 🌍✈️

Camila Ferreira é uma entusiasta apaixonada por viagens e restaurantes, sempre em busca de novas experiências culturais e gastronômicas pelo mundo. Movida pelo desejo de conquistar liberdade financeira, dedica-se a aprender e aplicar estratégias que lhe permitam viver com mais autonomia e qualidade de vida. Além disso, é fascinada por temas de auto desempenho, buscando constantemente evoluir em sua jornada pessoal e profissional.